A dança como instrumento e expressão de cultura dos povos

03/05/2019 16h47

Produção e gravação Nicolas Rodrigues

 

A dança traz inúmeros benefícios ao corpo e à mente do ser humano, oferecendo uma vida com mais saúde, agilidade, flexibilidade e até contribui para a conquista de um grande amor. Porém, além de uma atividade prazerosa, a dança também é parte da cultura e história de diferentes povos. Mantê-la viva é contribuir para que sua identidade continue viva. A professora do Departamento de Música e Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Aissa Guimarães, diz que cada povo ou comunidade desenvolve práticas culturais que refletem suas características.

Não há como falar do povo capixaba, sem falar do congo do Espírito Santo. Com máscaras feitas à mão e usando roupas coloridas, à base de tambores, apitos e casacas, homens e mulheres participam das rodas e marchas de congo mantendo viva a fé e a história do Espírito Santo. E não há ninguém melhor para explicar o congo do que um congueiro. Há 30 anos na banda do Mestre Tagibe, de Roda D’água, em Cariacica, Alcenir Ferreira Cardoso, filho do Mestre Tangibe, conta sobre a origem dessa dança da mesma forma que seu avô e seu pai lhe contavam.

Além do congo, o jongo ou caxambu como é conhecido, também faz parte da cultura capixaba. Porém, ela tem origem na Região Sudeste, tendo presença tanto no Estado, quanto em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As origens dessa dança também vem dos negros trazidos da África para serem escravos no Brasil.

Segundo a professora Aissa, o jongo é comum apenas na região Sudeste, tendo forte presença no Espírito Santo. Com cerca de 28 grupos que mantêm viva a prática dessa dança no Espírito Santo, o jongo é mais comum nas regiões Norte e Sul do Estado. O jongo é dançado ao som de dois tambores, um grave e um agudo, também conhecido como candongueiro, que compõe o ritmo. Em relação à dança e à forma como ela acontece, a professora diz que o jongo é muito diversificado. Por isso, a forma de dançar varia conforme o Estado.