A reforma do Centro Cultural Carmélia Maria de Souza trouxe à tona elementos históricos que fazem parte da memória do local. Durante o processo de recuperação, as portas originais estão sendo revitalizadas, mantendo a sua identidade arquitetônica. Além disso, parte da fachada revelou texturas originais. 

O projeto prevê que esses elementos históricos sejam preservados e expostos ao público após a conclusão das obras, reforçando o compromisso com a valorização do patrimônio cultural capixaba.

A estrutura do Carmélia foi erguida originalmente como um armazém de café, que recebia a produção que chegava pelo rio Santa Maria. Nos anos 1980, passou pela reforma que transformou o local em centro cultural. 

As seis portas do armazém, que são bastante características da construção - três na fachada e três ao fundo - começaram a ser restauradas em fevereiro. Cada uma das portas mede 5,30 m x 2,30 m e os trabalhos em cada uma, realizados de forma concomitante,  devem levar 1 mês. Estima-se que essas portas sejam originais. 

Nos trabalhos de prospecção da fachada, foi retirada parte do reboco das paredes, revelando os blocos de concreto que constituem a estrutura. Parte desses blocos deverá permanecer descoberta, como forma de resgate histórico da edificação.  

O arquiteto da Fundação Carmélia André Victor de Mendonça Alves conta que a intenção é de que os fundos da construção sejam recuperados de forma a ficarem mais próximos ao galpão original de armazenamento de café, com parte dos blocos aparente, enquanto a fachada da frente deverá remeter ao que era o centro cultural após a reforma na década de 1980, realizada conforme projeto do arquiteto José Daher Filho.

“Há uma parcela importante da sociedade que tem uma ligação com o que era o Centro Cultural Carmélia e, por isso, a gente acha importante guardar referências daquela época”, conta Mendonça Alves. Nos anos 1980 a estrutura do centro cultural estampou páginas de importantes revistas de arquitetura após sua primeira reforma e adaptação.

A reforma do Centro Cultural Carmélia, localizado no bairro Mário Cypreste, em Vitória, está sendo conduzida pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Carmélia Maria de Souza de Cultura e Comunicação Pública, com investimentos de R$ 25 milhões. Os trabalhos devem ser finalizados em 2026. Tão logo fique pronto, o centro cultural vai sediar a Fundação Carmélia, além das emissoras públicas de televisão e rádio: a TVE e a Espírito Santo FM.

CRONOGRAMA 

As obras estão sendo realizadas em duas etapas. A primeira, em andamento, contempla fachadas e cobertura e deve ser concluída ainda no primeiro semestre de 2025. A segunda, que inclui as áreas internas e externas, está prevista para ser finalizada em março de 2026. 

O espaço, que já foi um dos maiores pólos culturais do Espírito Santo, será modernizado e voltará a sediar eventos culturais, além de integrar a TVE Espírito Santo e a Espírito Santo 89.1 FM. Com a preservação dos achados históricos e a revitalização completa do edifício, o Carmélia renasce como um importante centro de cultura, arte e comunicação pública.

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